Skip to main content

A ascensão do Edge Computing e como ele contribui para a transformação digital – e a inovação

O Edge Computing, ou computação de borda, é uma nova tendência tecnológica que tem vindo a ganhar cada vez mais espaço dentro das organizações, impulsionando transformações cruciais na forma como estas processam e analisam dados para melhorar tempos de resposta de dispositivos remotos e permitir operações mais eficientes.

26 January, 2024

Esta tendência de crescimento é confirmada, de resto, pelos investimentos assinaláveis que se preveem no mercado do Edge Computing: a IDC estima que em 2026 os investimentos em Edge Computing ascenderão aos 317 mil milhões de dólares, muito acima da previsão de investimento que foi esperada para 2023, de 208 mil milhões de dólares.O Grand View Research vai mais longe nas previsões, estimando que o mercado do Edge Computing cresça 37,9% ao ano até 2030.

Com o aumento do número de dispositivos ligados à Internet das Coisas (Internet of Things – IoT) e a necessidade cada vez maior de proporcionar respostas em tempo real, o processamento de dados numa base central, como aquele oferecido pela Cloud Computing, deixou de ser a solução mais viável. O Edge Computing surge como uma estratégia eficaz face a este problema e, nesse sentido, emerge como um benefício fundamental para qualquer CIO responsável pela gestão da estratégia, políticas e práticas no âmbito das Tecnologias de Informação de uma empresa.

Esta estrutura de computação permite que o processamento de dados ocorra junto do local físico mais próximo dos dispositivos, que geram ou consomem esses dados, ao invés de depender de uma base central remota. Assim, os dispositivos edge estão preparados para realizar o processamento de dados e a sua análise antes de enviar as informações para a nuvem. Ao processar e computar na fonte, o Edge Computing permite a tomada de decisões de forma rápida o que resulta em diversas vantagens. 

Uma das principais é a redução significativa da latência o que é particularmente crucial em setores como a indústria, onde a resposta rápida, em tempo real, aos dados é essencial para a automação e eficiência operacional. Mas não só. Ao reduzir a latência, melhora a eficiência na transmissão de informações, o que também se traduz em poupanças de custo, e melhorias no desempenho geral do sistema.

Além disto, permite uma redução da sobrecarga da rede. Ao processar dados localmente, o Edge Computing possibilita uma redução na necessidade de transmitir grandes volumes de dados para a cloud central e isto faz com que não se economize apenas na largura de banda, mas também se otimize o uso de recursos de rede.

O Edge Computing permite, ainda, melhorar a segurança e a privacidade, visto que informações e dados sensíveis são processados mais próximos da sua origem, sem terem de ser enviados para a cloud, minimizando as vulnerabilidades associadas à transmissão de dados pela rede. Por último, importa também destacar que esta estrutura de computação garante um sistema de maior resiliência e confiabilidade, pois é mais resistente a falhas, uma vez que o processamento é feito em diversos pontos, sendo que se um falhar outros podem continuar a operar normalmente.

Ao processar dados localmente e em tempo real, o Edge Computing torna-se um catalisador para a inovação em vários setores de atividade, incluindo, naturalmente, em Portugal. No setor da saúde, por exemplo, permite diagnósticos mais rápidos e eficientes; na agricultura permite tomar decisões de forma mais rápida o que resulta na otimização do uso de recursos e no aumento da produção e no comércio, visto que consegue proporcionar experiências personalizadas aos clientes. 

O Edge Computing está em clara ascenção e os benefícios que proporciona revelam a sua importância na transformação digital. O processamento em tempo real, melhorias em segurança e eficiênia operacional que esta estrutura de computação oferece são essenciais para vários setores. Com o crescimento desta tendência, as organizações à prova de futuro serão as que continuarem a dar provas da sua capacidade de adaptação, adotando tecnologias avançadas enquanto treinam e capacitam as suas equipas. A formação contínua em Cloud continua a ser imprescindível. Ferramentas como AWS CloudFront e Azure Edge já estão a levar o poder do Edge Computing para mais próximo dos utilizadores finais. À medida que o Edge Computing se consolida, os cursos nestas ferramentas irão contribuir para testar e aprofundar a utilização desta tecnologia.

 

Artigo publicado na IT Insight, a 26 de janeiro de 2024